Eu me identifico ... eis minha melhor tradução ...Clarice Lispector


"Fique de vez em quando sozinho, 
senão você será submergido.
Até o amor excessivo dos outros pode submergir uma pessoa."
Clarice Lispector

 Virei leitora assídua do site Obvious, o texto "Não há conhecimento de si mesmo se não se permitir ficar só" de Gisele Regina define em partes a necessidade de estarmos bem junto de nós. Vejo pessoas se sentindo mal por não sair de casa em um sábado a noite, mas conheço e eu estou na estatística de pessoas que preferem muito mais ficar em casa em companhia de um bom livro ou assistindo algum filme interessante do que sair no sábado a noite, alias ultimamente eu não suporto lugares tumultuados. 

    Trechos do texto  da Gisele Regina:"Todos nós precisamos de um momento a sós, com nossa própria companhia, seja ela no auge do niilismo ou da fé. Ou seja, todos temos necessidade do conhece-te a ti mesmo para viver melhor, no equilíbrio da razão e a emoção."

 "Somos seres individuais, dotados de racionalidade e de emoção. Ora somos um poço de lágrimas que não acaba mais, ora somos tão frios quanto uma pedra no meio do caminho em uma madrugada congelante. Entendemos isso sempre que acontece? Isso somos nós! E todas as vezes que a dor, bem como o amor, vem visitar a nossa alma indecisa é hora de nos recolher; pensar e sentir, sentir e pensar."

Em um trecho do texto a autora cita Clarice Lispector.  "Fique de vez em quando sozinho, senão você será submergido. Até o amor excessivo dos outros pode submergir uma pessoa."

Definição da escritora Gisele Regina: "Escritora amadora; blogueira apaixonada; estudante de Letras Língua Portuguesa; pensa que é a Clarice Lispector reencarnada; ama música clássica (ah, Beethoven!); poesia; ama o silêncio, bem como as palavras.."http://lounge.obviousmag.org/imensidao_multicultural/2015/09/nao-ha-conhecimento-de-si-mesmo-se-nao-se-permitir-ficar-so.html


Achei interessante a definição que a escritora Gisele Regina fez de si mesma "Pensa que é a Clarice Lispector reencarnada" 

Eu quando leio Clarice  me identifico muito, as palavras de Clarice parece que entra dentro do meu ser e ali naqueles escritos minha alma está explicita. Quando li "Perto do Coração Selvagem" percebi ali o sentimento transportado da vida real para a ficção, no livro  a personagem Joana vive um amor impossível pelo seu professor que era casado, na vida real Clarice viveu um amor impossível foi apaixonada pelo escritor mineiro Lúcio Cardoso que era homossexual assumido, penso eu que neste fato está a explicação para definir a obra de Clarice, por que, mesmo continuando a viver o amor não correspondido ficou ali guardado, e com certeza vez e outra aflorava e ela então se fechava em seu mundo em sua solidão em suas palavras, em seus segredos.

Clarice minha melhor tradução....

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, 
de entrar em contato. Ou toca, ou não toca!"

Passei a minha vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar. Ao tentar corrigir um erro, eu cometia outro. Sou uma culpada inocente."

"Ela acreditava em anjos e, porque acreditava, eles existiam.
O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós."
 
Será preciso coragem para fazer o que vou fazer: dizer. E me arriscar à enorme surpresa que sentirei com a pobreza da coisa dita. Mal a direi, e terei que acrescentar: não é isso, não é isso! Mas é preciso também não ter medo do ridículo, eu sempre preferi o menos ao mais por medo também do ridículo: é que há também o dilaceramento do pudor. Adio a hora de me falar. Por medo? trecho do livro  
"A paixão segundo G.H. (1965)" - Clarice Lispector
 
 
 
Estou a um quase passo de admitir que a vida que levo é um pretexto para ofuscar a vida que não gostaria de ter. Vida como desculpa por existir. E o incrível é que eu não dou o passo. Fico tão imóvel que estar parada é o meu maior movimento. O mais violento. E não consigo sair exatamente daquele lugar onde todas as sensações ocorrem, justamente por estar tão grudada em mim é onde mais dói: na pele.

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