Por que nos apaixonamos?
As vezes faço esse questionamento e saio buscando respostas..... Li em uma dessas buscas o seguinte:
Compreender por que nos apaixonamos por um homem ou uma mulher e
não por outros é um desafio que chamou a atenção dos psicólogos durante
muito tempo. As emoções se arraigam em nosso cérebro de uma
maneira difícil de compreender, mas são elas que entram de um modo
implícito e quase mágico em nós mesmos, em nossa personalidade e em
nossos desejos.
A atração
se baseia, às vezes, em necessidades das quais não somos conscientes;
em aspirações e desejos que, de cara, parecem definidos em um tipo de
pessoa e não em outra.
O cérebro apaixonado
Ao questionarmos esses processos que
acontecem em nosso cérebro quando estamos apaixonados, a magia perde um
pouco do seu encanto para se deslocar para um mundo mais frio, onde nos
vemos determinados pela química, por uma mistura maravilhosa de
neurotransmissores capazes de nos causar a sensação tão conhecida de
“estar nas nuvens”. A endorfina, encefalina e feniletilanina são as responsáveis pela nossa euforia e felicidade; são elas
que nos dão uma injeção de emoções positivas. No entanto, o que ativa
esses processos, que faz com que nosso cérebro se fixe em um tipo de
pessoa e não em outra?
Nos Apaixonamos por Admiração
Às vezes, a admiração por alguém se
traduz em amor. É essa pessoa que nos serve de espelho e nos
mostra virtudes, aspirações ou dimensões que sempre desejamos para nós
mas que, por algum motivo, não conseguimos. É aqui, por exemplo, que
aparecem as atrações pelas pessoas que são muito diferentes de nós:
às vezes somos atraídos por pessoas seguras de si, extrovertidas e
empreendedoras, enquanto nós somos mais inseguros e um pouco tímidos. Os opostos se atraem porque, no fundo, se complementam e preenchem as necessidades de cada um.
Nos Apaixonamos por Questão de química e glândulas
Muitos estudos assumem a importância dos chamados feromônios. São
substâncias secretadas por algumas glândulas presentes nos lábios, nas
axilas e no pescoço, graças a um órgão chamado vomeronasal, independente
do sentido do olfato. É um odor que cria sensações, algo único em cada
pessoa e que, de alguma forma, também nos determina.
Essas são as teorias mais habituais que
são estabelecidas na hora de falar da paixão e de explicar por que nos
apaixonamos por um determinado tipo de pessoa e não por outro. Se
são as pessoas certas ou não, isso o tempo nos dirá e nós mesmos vamos
perceber, quando essa fase cega da paixão perder a sua intensidade, suas
nuvens… fazendo com que enxerguemos a realidade.
A antropóloga Helen Fisher, da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, nos
Estados Unidos, diz que o modo como a paixão é vista nas diferentes
sociedades é a chave para se entenderem mecanismos como liberdade, poder
e submissão feminina. Para outro renomado estudioso do tema, o
sociólogo italiano Francesco Alberoni, a paixão entre duas pessoas é
feita do mesmo combustível que move as grandes revoluções. Entendê-la
seria um passo importante na compreensão dos movimentos de massa. E o
psiquiatra James Leckman, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos,
acha que a maneira como as pessoas lidam com a paixão é um indicador de
saúde mental.
Uma pesquisa recente da psiquiatra italiana Donatella Marazziti, da
Universidade de Pisa, mostrou que diversas substâncias cerebrais são
liberadas quando estamos apaixonados, o que ajuda a explicar, do ponto
de vista químico, as noites maldormidas e a perda de apetite. É tudo
culpa de estimulantes naturais como a dopamina e a norepinefrina,
produzidas em quantidades maiores que o usual por quem se apaixona.
Essas substâncias são as mesmas utilizadas em moderadores de apetite.Para apaixonar-se é preciso estar com o coração predisposto, segundo o
psicoterapeuta e psicólogo Eduardo Ferreira-Santos, do Serviço de
Psicoterapia do Hospital das Clínicas de São Paulo. “Ao contrário do que
diz o senso comum, não nos apaixonamos por acaso. É preciso estar
pronto para essa experiência”, diz ele. Pessoas com medo de dar esse
mergulho no escuro inconscientemente criam barreiras para não se
apaixonar. “Isso não é saudável, já que se deixa de viver a vida”,
afirma o psicoterapeuta.
Mas existem pessoas que, mesmo que quisessem, nunca se apaixonariam. É o
caso dos autistas, que desconhecem os sentimentos de ligação com outro
ser, de acordo com Leckman. Para o psiquiatra, quem é dependente de
drogas também perde a capacidade de experimentar a paixão. “Algumas
substâncias químicas acabam impossibilitando qualquer troca, o que mata a
paixão.Também há um limite saudável para o desejo de ser correspondido na
paixão. Quando é evidente que não existe um interesse do outro e mesmo
assim o apaixonado continua a acreditar que é correspondido, isso também
é sinal de doença. “Patologias assim podem levar até a assassinatos e
suicídios”, diz o psiquiatra.
O adulto que curte uma paixão por alguém inacessível, como um artista
famoso, também está na contramão da boa saúde mental, segundo o
psicoterapeuta Eduardo Ferreira-Santos. Na primeira fase da
adolescência, até 14 anos, é normal um garoto se apaixonar pela Fernanda
Lima e ficar horas olhando o pôster dela. (E fazendo outras coisas,
também. Mas é melhor não entrar em detalhes.) Mas um adulto que continua
idolatrando uma pessoa inacessível sofre de algum distúrbio.
“Geralmente, isso é sinal de que a pessoa não consegue viver um amor de
verdade com uma pessoa de carne e osso, por conflitos mal resolvidos com
o pai ou a mãe”, explica o psicoterapeuta. Casos de fanatismo e
adoração religiosa também entram nessa categoria. “É sempre paixão
sublimada, que, em vez de ser direcionada para um ser humano com o qual é
possível ter um relacionamento, acaba desviada para um objeto
inalcançável.
Já apaixonar-se pelo vizinho, pelo colega de trabalho ou o amigo do
curso de inglês é sinal de um bom desenvolvimento psicológico, segundo
Eduardo Ferreira-Santos.Para James Leckman, por mais que a paixão seja estudada, o sentimento ainda vai permanecer em grande parte um mistério.
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